LIDERANÇA DISRUPTIVA - Rompendo com a mediocridade

INTRODUÇÃO

Século XXI, o mundo nunca teve tanto fascínio pela liderança. Liderar sempre foi assunto presente no meio militar, talvez não conceitualmente como nos dias atuais, mas com certeza por um viés principiológico sempre esteve atrelado à cultura castrense. Não obstante isso, o capitalismo, como grande motor que faz o planeta girar, somado a necessidade constante de evolução do processo produtivo, impulsionou as grandes corporações ao patamar de entendimento de que os resultados estão diretamente ligados ao modo que as pessoas são conduzidas rumo às sua metas. Com isso, o mundo foi tomado por uma fome de conhecimento de tudo que envolve a liderança e a condução de pessoas, como uma resposta, mais que plausível, a uma necessidade de melhorar o resultado.

Nesse contexto, podemos afirmar que houve uma evolução da forma de lidar com um grupo ou equipe, o comportamento médio alcançou um novo degrau e a liderança passa a ser o processo natural a ser utilizado por quem esta a frente conduzindo. Não se trata mais de uma possibilidade de melhora, e sim de uma obrigatoriedade, sob pena de estar cometendo erro grave. Porém, o processo evolutivo é contínuo, e se liderar é o comportamento médio, qual seria o próximo degrau na busca pela excelência?

A LIDERANÇA DISRUPTIVA

Você se considera um Líder? Se a sua resposta é não, você parou no tempo. Precisamos assumir o manto da liderança o quanto antes possível e entender que estamos constantemente liderando. Isso será benéfico não só para sua carreira como também para sua vida e todos aqueles que se relacionam com você.

Mas o que seria a Liderança Disruptiva? Dentre todos os conceitos de liderança que estudei, Aquele que considero mais preciso e claro é o seguinte:

“Lideranca é um processo que consiste em influenciar pessoas no sentido de que ajam, voluntariamente, em prol do cumprimento da missão”.

Assim, fica evidenciada a necessidade de três fatores para a caracterização da liderança: a influência, a ação voluntária e o cumprimento da missão. Veja que, se você influenciou seus liderados, obteve com isso uma ação voluntária fruto dessa influencia e com isso a missão foi cumprida, automaticamente você pode se considerar um líder.

Porém, a evolução é um processo cíclico, e isso não é ruim, o que antes era a disrupção, agora é o mediano, e então é gerada uma nova demanda por uma nova disrupção. Ser líder era romper com os padrões da normalidade, ultrapassar os padrões do que ser um simples chefe significava, convergir de uma autoridade formal para uma autoridade moral, era se sobressair em relação a massa, logo, evoluímos e “líder” é um conceito de comportamento comum que “deve”, não “pode”, ser adotado. Com isso, surge o questionamento já abordado em nossa introdução: Qual o próximo patamar disruptivo?

Se retrocedermos no processo evolutivo, veremos que o líder (que era a disrupção com a chefia – um chefe disruptivo) na verdade é um chefe de excelência, nessa linha de pensamento, o próximo degrau, o líder disruptivo, é com toda certeza “um líder de excelência”.

O Líder Disruptivo é um líder de excelência que tem a mais alta performance desejável, não se contentando apenas com os resultados cotidianamente obtidos com a liderança mediana, e assim devendo obter a capacidade de elevar ao máximo as competências individuais e coletivas de seu grupo ou equipe, utilizando todas as ferramentas da liderança de forma impecável corriqueiramente e com isso elevando os seus resultados ao patamar da excelência. Atendo-nos ao conceito de liderança, podemos dizer que, o nível de influencia que se imprimi, definirá o comprometimento, ou seja, a voluntariedade, e com isso determinará o grau de excelência ou não do resultado obtido.

Para poder entender melhor o processo de formação do Líder Disruptivo, tomaremos como base o modelo de avaliação do grau de maturidade em liderança, desenvolvido por John C. Maxwell, autor e palestrante internacional especializado em liderança. Em sua obra “Os 5 níveis da liderança – Passos comprovados para maximizar seu potencial”, Maxwell estabelece 5 níveis para alcançar o “Pináculo” do amadurecimento da liderança, e a esse auge do desenvolvimento do líder o autor dá o nome de “Estágio do RESPEITO” onde as pessoas te seguem por quem você é e o que você representa. Demonstrando o nível de disrupção com o líder mediano, estima-se que apenas 1% dentre todos os líderes cheguem a esse nível de desenvolvimento.

A excelência na condução de pessoas é o fator preponderante na disrupção com o líder mediano. Will Duran, ao resumir o pensamento de Aristóteles a respeito da excelência em sua obra “A história da Filosofia”, diz o seguinte:

“Nós somos o que repetidamente fazemos. A excelência, então, não é um ato, mas um hábito”. (Will Durant)

Logo, não basta cumprir uma ou algumas missões com maestria. Ser excelente é ter consistência em executar os melhores e mais adequados procedimentos necessários a cada tipo de situação que lhe for imposta e obter constantemente os melhores resultados possíveis, estando sempre acima da média e da normalidade dos demais.

CONCLUSÃO

A Liderança Disruptiva é um processo de vivenciar a excelência da condução de pessoas, gerindo e influenciando seus liderados como se fosse um maestro num concerto onde se produz uma música impecável. É saber usar todas as ferramentas da liderança de forma exímia e no exato momento em que elas produzam seu melhor efeito. É saber transitar entre todos os estilos de liderança com maestria e exatidão, obtendo, com isso, não só um bom resultado, mas sim o melhor resultado que poderia ser obtido. Nunca se contentando em ser apenas um líder, mas sempre buscando ser o melhor líder que se possa ser e com isso tangenciar frequentemente o próximo degrau, o patamar da excelência.

Por Andrewson Marcos Pereira da Silva

Palestrante e Coach de Liderança

Especialista em Liderança, Gestão de Equipes e Produtividade

REFERÊNCIAS

MAXWELL, John C. Os 5 níveis da liderança. São Paulo: Ed. Record, 1926.

DURAN, Will. A História da Filosofia. São Paulo: Ed. Record, 1926.

RAMOS, Davidson. Aristóteles e a busca pela excelência. Disponível em:

https://blogdaqualidade.com.br/aristoteles-e-a-busca-pela-excelencia/. Acesso em: 21 jul., 2021.

HUNTRESS, Caelan. My favourite quote of all time is a misattribution. Disponível em:

https://medium.com/the-mission/my-favourite-quote-of-all-time-is-a-misattribution-66356f22843d. Acesso em: 21 jul., 2021.